quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Cepas clássicas - Merlot

Principalmente em Bordeaux, onde sua capacidade para amadurecer bem mais cedo a torna a uva mais cultivada, a Merlot é um pouco mais pálida e carnuda do que a Cabernet Sauvignon, sua parceira tradicional nas misturas. Segundo Rabachino, a Merlot seria a irmã mais descontraída da Cabernet Sauvignon. Com maior facilidade para amadurecer do que a C. S. nas safras mais frias, possui maior teor alcoólico nas safras mais quentes. Em geral, sua baga maior e sua casca mais fina originam vinhos menos tânicos e mais opulentos, que podem ser saboreados mais cedo. A Merlot também tem uma existência independente como varietal, especialmente nos Estados Unidos, onde é considerada mais palatável (embora mais difícil de se admirar) que a Cabernet, e no norte da Itália, lugar em que amadurece mais facilmente. Atinge seu ápice no Pomerol, onde pode resultar em um vinho voluptuoso e aveludado. Muito comum no Chile. A uva dá um vinho que, tipicamente, tem corpo médio-pleno, rico em frutado, com aromas e sabores de cereja, mas também aromas de cassis, tabaco, chocolate, baunilha e menta. As harmonizações são praticamente iguais às do Cabernet Sauvignon: carne bovina, cordeiro, aves com molho, massas com molho de carne.
Algumas vinícolas gaúchas vêm tentando fazer da Merlot sua uva-símbolo, a exemplo do Tannat no Uruguai, Malbec na Argentina e Carmenere no Chile. Particularmente eu acho difícil que os merlot gaúchos conquistem fama internacional, não por falta de estratégia de marketing, mas por serem vinhos que no máximo podem ser qualificados como bons. Tomara que um dia eu mude de opinião.
Um Merlot que me agrada bastante é o chileno Santa Helena Seleccion del Directorio. O da safra 2006 estava excelente.

fontes: Atlas Mundial do Vinho, de J. Robinson e H. Johnson e Vocabulário do Vinho, de Roberto Rabachino

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